1.1.10

Réveillon do Mundo Bizarro IV

Comigo também não foi diferente. E começou ainda nos preparativos para a ceia. Escorreguei de um banquinho enquanto tentava pegar um rolo de papel alumínio escondido na prateleira mais alta do armário da cozinha. Cai de costas no chão e senti a coluna ardendo. Pensei logo que tinha ficado tetraplégica, igual à garota da novela do Manuel Carlos. Enquanto estava esparramada no chão da cozinha fiquei me imaginando no dia seguinte na redação, tendo que escrever os textos usando a ponta do nariz para mexer no teclado – sim, porque vocês acham mesmo que o chefe ia me deixar faltar só porque eu tinha ficado tetraplégica na véspera?

"Será que dá para escrever com a ponta do nariz? Hum, talvez com uma caneta na boca seja mais fácil apertar as teclas... Ai meu Deus! será que eu encontro fácil para vender aqui em Belém uma cadeira de rodas igual aquela do Stephen Hawking?". Foram dúvidas que me passaram pela cabeça antes de perceber que ia conseguir me levantar.

Para comemorar o fato de não ter perdido os movimentos dos braços e das pernas, fui me confraternizar com a vizinhança. A poucos minutos da meia-noite, quando eu já me preparava para pegar dentro de casa os espumantes italianos de boa procedência que tinha comprado especialmente para a data e que já tinham sido refrescados na temperatura ideal, o vizinho começou a colocar em cima da mesa dúzias de Sidra Cereser. Não movi mais um músculo. Deixei as garrafas de Prosecco para uma ocasião mais adequada. E disse que não ia beber o “champanhe” porque não gostava de misturar bebida. Afinal de contas, estava bebendo cerveja...

Ah, e antes que eu me esqueça: Feliz Ano Novo para você também!

4 comentários:

Anônimo disse...

kkkkk Ah Simone, eu me divirto horrores com teus textos! É, vc tem razão, só pode ser uma dívida enorme duzinfernos... Até pra uma criatura como eu, que trabalhei enlouquecida no Natal e até tive uma folga no primeiro dia do ano. Mas e quem disse que o Reveillon prestou? Fogos em todos os cantos, e eu? ENGARRAFAMENTO. Uauuu, que lindo, né? Enfim, pelo menos me embebedei. E do resto, não lembro. rsrs Bjoss, feliz 2010!
Cleidiane

Anônimo disse...

Por mais bizarro que tenha sido o reveillon, quero que tenhas um ano maravilhoso!
Beijão
Beth

Luiz Carlos disse...

Bom, de uma coisa estou certo, depois dessa saga toda de ano novo: terás sempre coisas boas na vida, porque tens senso de humor. Tudo bem que isso não pode ser trocado numa casa de câmbio por dólares, mas ainda assim dá um tempero nessa vida já tão sem graça. Eu me acabei de rir das situações e juro que em algumas delas já estive. Acertaste em tudo, é tudo verdade. Feliz ano novo, amor, e conte sempre comigo.

Anônimo disse...

Adorei os textos. É tudo verdade, mesmo! Ainda assim, feliz ano novo coleguinha. À propósito, estou me candidatando à farra do prosecco, de preferência na pérgola da psicina de plástico, usando a burca de banho. bjão, amiga. Emiliana