14.12.06

Barraco

Decidi dedicar uma parte do meu (grande) tempo livre para fazer coisas que, normalmente, não dá para fazer por conta da correria diária. Tipo tomar um chopp sozinha num fim de tarde. Ou passar horas em uma livraria. Ou ir a um cinema durante a semana. Foi ótimo. Férias inesquecíveis. Durante este período de ócio também deu para observar melhor as pessoas e, definitivamente, o ser humano é insuperável em sua capacidade de se mostrar medíocre.

Acho que a velhice já me pegou de jeito porque eu, que nunca fui muito tolerante, estou me tornando verdadeiramente insuportável. Não tenho mais paciência com a burrice alheia. É por isso que eu acho que, de vez em quando, mas muito de vez em quando mesmo, vale a pena "chutar o pau da barraca".

Minha santa Glória Kalil de Danusa Leão que me perdoe, mas faz um bem danado deixar a Maria Igarapé baixar no terreiro e fazer um barracão. Dizem até que evita o câncer! Liberar tudo, mesmo que seja para depois passar dias com um saco de papel enfiado na cabeça. Dá uma puta sensação de alívio. Então, da próxima vez que te der uma vontade louca de rodar a baiana, se os motivos forem justíssimos, experimente, uma vez só, deixar rolar.

Depois de feito, abuse da sua natureza feminina e, na maior cara de pau, ponha a culpa na danada da TPM. Se você for homem, diga que enlouqueceu, que o viagra está afetando o seu cérebro, que esqueceu de tomar o remédio controlado, enfim...

Mas não vale fazer isso toda semana. Senão você vira barraqueiro e, aí, se transforma num chato irrecuperável. Também não vale fazer barraco com o namorado ou por causa dele. Nesses casos a saída é outra. Afie a ponta do seu salto agulha, convide-o para jantar e, quando estiverem fazendo os pedidos, crave o sapato no pé do “sem-noção” por baixo da mesa, enquanto olha para ele com uma carinha fofa. Gostou? Tive essa idéia quando li sobre a notícia do acidente com aquela fiscal de prova de dardo...

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