Supermercado também tem outras coisas insuportáveis. Escolher produtos, por exemplo, é a visão do inferno. Desconfio que as indústrias devem ter um departamento específico que fica bolando maneiras de massacrar o pobre consumidor.
A indústria de amaciante para roupa é, com certeza, uma delas. Já tentou escolher um pelo cheiro descrito no rótulo? É absolutamente impossível.
Impossível porque as indústrias não podem facilitar a tua vida escrevendo “erva doce”, “lavanda” ou “flores do campo”. As fragrâncias agora são “carinho”, “doces lembranças” e “momentos felizes”, não é uma coisa de doido?
Que cheiro tem “momentos felizes”? Para algumas pessoas momentos felizes podem ter cheiro de pizza. Ou de cerveja. Ou de chocolate, sei lá!
Por que é que não dá para simplificar a coisa e colocar um nome que pelo menos lembre algum cheiro conhecido tipo “ alfazema”, ou “bodum de camiseta suada”, que seja?
Para resolver o problema, eu acabo abrindo as embalagens para sentir o cheiro e escolher se quero as minhas roupas com odor de “carinho de mãe” ou “fofura sem fim”. É dose! Acabo ficando intoxicada no final das contas.
E se esses produtos forem viciantes? Já pensou, eu viciada em amaciante de roupa? Ia ser uma tragédia. E se todo mundo ficasse viciado?
Imagino a cena. Dois seguranças de supermercado conversam pelo walk talk: “Atento, Pantoja. Tem mais uma senhora viciada em amaciante no supermercado. Ela pegou uma embalagem de Fofo, escondeu debaixo da camiseta e tá cheirando lá no corredor três do setor de descartáveis...” “Ok, positivo e operante, Ramalho. Tô indo para lá!” Definitivamente, não dá!
Se você não acha isso suficiente, tem mais.
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