17.11.09

Fugitiva de Alcatraz

Essa semana aconteceu uma coisa incrível na minha vida. Entrei de férias depois de quase quatro anos trabalhando feito uma condenada.
Está ótimo. Tenho tempo até para atualizar o meu blog que, coitadinho, andou totalmente abandonado nos últimos meses.
A sensação de liberdade recém-conquistada é maravilhosa. E assustadora também.
Ainda não sei muito bem o que fazer com tanto tempo livre e, para falar a verdade, me sinto culpada por ficar vagabundeando enquanto milhões de trabalhadores acordam cedo para perder horas se estressando nos seus locais de trabalho, as minas de sal do mundo moderno.
Na verdade, as minhas férias estão servindo para que eu constate, mais uma vez, que a modernidade foi inventada pelo demo para adicionar mais pimenta a nossa eterna culpa judaico-cristã.
Tenho um primo nascido em uma família metade católica ortodoxa e metade católica apostólica romana. Como os pais nunca conseguiram chegar a um acordo sobre em qual religião iriam criá-lo, ele nunca foi batizado. Hoje, com mais de 40 anos, ele diz que como nunca foi marcado por nenhuma religião está liberto de qualquer culpa. O que não o faz muito diferente da maioria dos homens que eu conheço.
Bom, mas eu fui batizada. E sinto culpa, muita culpa, por estar de férias.

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