23.11.09

Corra que os 80 vêm aí! I



Quem me conhece um pouco sabe que eu sou fascinada pelos anos 80. Não era para menos. Foi a época da minha adolescência. O meu período dourado. Parte dos anos 80 eu passei em São Paulo e parte em Belém.

Na primeira metade da década eu morava em uma vila militar, no distrito de Vicente de Carvalho, no Guarujá. O fato de morarmos em um local com alguma proteção fazia com que nossas mães nos deixassem bastante à vontade.

E nós aproveitávamos ao máximo a nossa liberdade. Penso que boa parte da revolução sexual que começou nos anos 60 e continuou pelas décadas seguintes se deu nas esquinas escuras das vilas militares pelo Brasil inteiro.

Pelo menos é o que eu ouço de outros filhos de militares que tiveram experiências semelhantes na mesma época e em lugares diferentes.

Éramos pré-adolescentes e estávamos na fase dos bailinhos de garagem, enquanto trocávamos os primeiros beijos e amassos.

Normalmente, as festinhas começavam com roquinhos do A-ha, Legião Urbana, Barão Vermelho, Michel Jackson (ainda preto e ainda vivo), Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, Supertramp e, depois que a festa engatava, começavam as musiquinhas “mela-cueca”, ou, como diz um conhecido, a parte da “música internacional lenta”.

Aí era o salve-se quem puder. Era a hora de arrumar alguém que depois ira te levar em casa e te pegar no escuro.

Curti muito essa fase. Talvez até demais. A volta para Belém acabou sendo providencial porque eu já tinha passado na mão – ou melhor, eles já tinham me passado a mão - de quase todos os garotos da vila e estava começando a ganhar a fama de “galinha”. Outra coisa bem comum nos anos 80.

Hoje em dia, você não fica mais falada. Você vira celebridade instantânea, mas para isso é preciso ter desenvoltura de profissional do pornô. É, os tempos mudam.

Naquela época não existiam celulares, fazer vídeos era só para quem tinha muita grana e “cair de boca” era só força de expressão. Pelo menos para a nossa turminha de pré-adolescentes.

Depois, já em Belém, na segunda metade dos 80, as farras ficaram mais pesadas. Nossa geração descobriu quase ao mesmo tempo o sexo e a AIDS, que levou muitos de nós ainda muito jovens e transformou o começo dos anos 90 em um período muito difícil.

Também curti muito essa fase.

E não só eu. Muita gente. Os anos 80 são cultuados por milhares de pessoas.

Até aí tudo bem.

O está me dando arrepios nos últimos dias é que a moda dos anos 80 está voltando com tudo.
Esqueça o calendário Maia. Isso, sim, é o fim do mundo!

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