8.12.09

As confraternizações II

Eu tenho um certo horror às confraternizações. Primeiro porque o convite faz a gente achar que o dono da festa te considera um pobre morto de fome. “Vamos empurrar comida e bebida na gentalha e distribuir uns brindes para os miseráveis” é o que costuma ser a linguagem subliminar dos que recebo.

Até para não parecer pior do que eu realmente sou, acabo indo em algumas. E quase sempre me arrependo.

Já vi coisas do inferno de Dante. Tipo pular uma poça de vômito na entrada do banheiro e encontrar lá dentro uma coleguinha lavando o braço ensanguentado na pia. Ou gente dormindo embaixo da árvore de Natal. Ou gente saindo com a decoração da mesa nas mãos, pensando que é brinde.

Teve uma vez até que um cara, bêbado, não reparou que eu estava acompanhada e me parou na porta de saída querendo me dar um dos tais vasos. E o pior é que era um vaso enorme cheio de folhagens.

Mais triste ainda é que era um grande empresário aqui da cidade, que ficou com a maior cara de tacho quando notou que o meu então namorido estava do meu lado, olhando para ele com os olhos arregalados. Vexame total.

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