Aquela idiotice momentânea que nos acomete de vez em quando e que nos faz apostar que tudo vai dar certo, quando a lei das probabilidades aponta para o caos e a barbárie.
Estive pensando nisso e decidi montar uma lista de eventos que têm tudo para dar errado.
Vou dar um exemplo, o primeiro da série:
Festas do tipo "20 anos depois"- Fuja. É fracasso na certa! A menos que sejam servidos drinques de Lexotan a depressão é fulminante: O cara que você pegou nos tempos de escola virou um bagulho só e ainda fica te olhando com aquela cara de "já te comi, hein?!".
Você mesma embagulhou e vê isso escrito na testa de todo mundo que te cumprimenta.
O nerd que era apaixonado por você - e para o qual você nunca deu bola, porque estava dando para o garoto que virou o Quasímodo - ficou podre de rico. É verdade que tá um bagulho, mas tá um bagulho com a carteira recheada.
Depois de alguns segundos de festa, a vontade geral é de cortar os pulsos.Todo mundo embagulhou e seguiu caminhos tão diferentes que não têm nem mais nada para conversar.
E aí entra a pior parte: As recordações. Sempre, sempre, constrangedoras.
"Lembra aquela vez que você bebeu todas e caiu na vala?" ha, ha, ha, lembro!
"E aquela vez que você foi para trás de uma árvore fazer xixi e apareceu um cachorro e você saiu correndo até a parada de ônibus com as calças arriadas?" hum, hum.... lembro!
"E teve também aquela vez que você tava com o intestino solto e soltou um pum na frente do professor e depois descobriu que tinha sujado a calça e ainda tava escorrendo pela perna?" Lembro! Lembro! CALA A BOCA, PORRA!
Não dá, definitivamente não dá!
Não há espírito de confraternização e de solidariedade entre os povos que resista a uma "Festa 20 anos depois".
Perguntar sobre a vida atual dos antigos colegas também é uma armadilha.
- E aí, como você está?
- Estou com uma grave doença degenerativa, mas o meu médico me deu alguma esperança. Tem um tratamento experimental agora no Hospital de Boston....
- Hum, peraí que eu já volto para saber o resto da história, tão me chamado ali do outro lado.
- Oi Marlene, você tem filhos, né? Já devem estar grandes... Como eles estão?
- Bom, depois que o pai deles morreu num acidente, a gente teve que vender a casa para pagar as dívidas da empresa e eles ficam meio traumatizados sabe? O mais velho largou a faculdade e tá fazendo terapia e o mais novo deve sair essa semana, se Deus quiser, da clínica de desintoxicação....
Melhor ficar em casa.
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